domingo, 4 de março de 2012

D. Maria em Castro Verde

Ontem estivemos a representar em Castro Verde. O Teatro está muito bem arranjado. Sem luxos nem excessos serve com bom gosto e uma optima teia as necessidades da terra. A sala tem trezentos e tal lugares e estava quase cheio.
O espectáculo correu bem, apesar da luz que reflectida num chão de madeira clara, criava à peça um ambiente muito mais leve do que eu estou habituada e aqui e além me perturbava. É extraordinário como um pormenor aprentemente pequeno pode ser tão importante. Claro que não se sentiu nada da minha perturbação. Nem o público nem os colegas. Mas eu senti a diferença. No fim de enormes aplausos e ficámos em debate com o público durante cerca de uma hora e meia. O público de Castro Verde está diferente. Continua a haver muito público popular, mas a literacia aumentou. E a quantidade de gente culta também. Gente que quer falar. Que sabe falar. Não sei se tem a ver com a existência de uma universidade sénior muito activa. Gostei imenso de lá estar. A peça tem cerca de uma hora e quarenta minutos, é um monólogo, embora em cena esteja sempre uma segunda figura muito viva e divertida, e ninguém deu sinal de enfado ou cansaço. Para mim isto é importante. Partilho inteiramente da opinião de Peter Brook quando diz que o maior inimigo do Teatro é o aborrecimento.

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